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    Espanhóis venceram em 2022/23

    Palma em Yerevan para defender o título: «Há mais ilusão do que pressão»

    O campeão europeu volta para defender o que é seu. Um dos quatro bilhetes para Yerevan tem escrito o nome do Illes Balears Palma, o emblema que na temporada passada, na ilha balear, ergueu o troféu que todos querem ter no museu. A missão para esta temporada adivinha-se mais difícil, mas como bons espanhóis que são, o que não lhes falta é mucha ilusión.

    Adversário do Benfica nas meias-finais, tal e qual como há um ano, este é, porém, um Palma diferente. Dos heróis de Palma resta muito pouco e o plantel é praticamente novo e marcado pela irregularidade. Assim conta ao zerozero um dos especialistas do futsal espanhol e, em particular, quando o assunto é Palma: Gabriel Izcue, jornalista espanhol que segue afincadamente a realidade do clube balear.

    «Creio que o Palma não chega [à final four] num bom momento», começou por nos dizer. «É uma equipa menos temível e mais irregular do que no ano passado. É capaz de ganhar ao FC Barcelona com uma remontada de 1-4 e é capaz de perder 6-2 com o Noia, que luta para não descer. Na última semana jogaram três encontros da Liga e só conseguiram dois pontos: perderam com o Jaén e empataram com ElPozo e Peñíscola», argumentou.

    «Ganhar a Champions foi uma loucura»

    O sucesso, em muitos casos, passa fatura mais tarde. Assim sucedeu com o emblema espanhol depois da inesperada epopeia do último maio. «Ganhar a Champions foi uma loucura. Foi o primeiro título e muitos jogadores chamaram a atenção de outras equipas, que oferecem melhores contratos», relatou Izcue. Já deu para ver onde é que isto vai dar, mas se ainda tiver dúvidas, o nosso convidado esclarece: «uma equipa totalmente nova.»

    Do cinco inicial da final frente ao Sporting, apenas Luan Muller e Chaguinha permanecem no plantel. Se ampliarmos a amostra aos onze jogadores que foram utilizados no encontro que coroou o Palma campeão europeu, podemos acrescentar Cléber Souza, Mario Rivillos e Hossein Tayebi. Metade dos responsáveis pelo título europeu estão agora noutras paragens e obrigaram a uma reconstrução vasta do plantel e, por consequência, a estas dores de crescimento.

    «Os reforços que chegaram não foram capazes de manter o nível do ano passado. Alguns estão pela primeira vez na Europa e outros estão no final da carreira. Ainda assim, em alguns momentos da época conseguiram bons rendimentos em competições curtas. Na Taça de Espanha só foram eliminados pelo FC Barcelona, o campeão, nas meias-finais e nas grandes penalidades», atirou Izcue.

    Na hora de analisar o mercado feito pelo clube, tendo em conta que o nível competitivo desceu consideravelmente de uma época para a outra, Gabriel Izcue apontou à falta de alternativas disponíveis: «Não diria que foi um fracasso do Palma. Sabiam que iam perder alguns jogadores (Tomaz Braga, Eloy Rojas e Dani Saldise), mas outros saíram em pleno verão (Marlon Araújo, Cainan de Matos e Mancuso) e deram pouca margem de manobra para contratar outros jogadores. Essas perdas agravaram-se porque havia poucas alternativas no mercado. Não só perdes jogadores de topo, com experiência na Liga e na Champions, como tens que reconstruir a identidade do clube. Para dar um exemplo: o Tomaz Braga e o Eloy Rojas levavam muitas temporadas de Palma.»

    Como dizem em Espanha: mucha ilusión

    O Palma apresenta-se na capital da Arménia como campeão em título, é certo, mas se considera que o favoritismo está do lado dos insulares, bem... desengane-se. Aliás, em Palma de Maiorca bem sabem que assim é.

    Por isso, pressão é algo que o dicionário balear não engloba por estes dias. A palavra-chave é outra, uma bem famosa no desporto espanhol: ilusión. «Pressionado? Diria que pelo contrário. São conscientes de que são os menores favoritos», explicou-nos Gabriel Izcue.

    «Pode até acontecer que vão sem pressão e com ganas de desfrutar desta final four. Não podemos esquecer que o Palma é um clube humilde, tem muito menos de metade do pressuposto dos seus rivais. Não sabemos quando é que o Palma pode voltar a jogar a Champions, é complicado pensar que este ano joguem a final da Liga para voltarem à Champions no próximo ano.». Apesar de ainda ter o play-off do campeonato espanhol pela frente, os sinais não são animadores para o Palma: quinto lugar na fase regular a duas jornadas do final e parece furos abaixo de parte da concorrência.

    Por tudo isto, a Champions pode ser a galinha dos ovos de ouro para a época balear, ainda que a missão seja, como se pode perceber, altamente exigente. A consciência disso mesmo é o que pode aliviar a pressão da equipa e, quem sabe, torná-la mais perigosa. «Creio que no clube pensam mais no sentido de 'e se formos capazes de voltar a ganhar ao Benfica e voltar à final?'. Há mais ilusão do que pressão», afirmou Izcue.

    Mudanças de estilo, figuras e baixas importantes

    Que Palma podemos esperar na quadra de Yerevan? Uma equipa com «pequenas diferenças» em relação à última temporada, segundo Gabriel. «No ano passado não havia um pivot de referência e este ano os dois pivots - Bruno Gomes e Jesús Gordillo - são grandes», explicou.

    Na visão do especialista em futsal espanhol, há duas versões bem distintas do Palma e só após o apito inicial para o jogo com o Benfica é que se poderá perceber qual delas vai a jogo: «Se encontrar a sua melhor versão, será uma equipa semelhante à que venceu a Champions: com garra, intensidade e um nível competitivo muito alto. Se virmos uma má versão, será um Palma difícil de reconhecer, com erros grosseiros na defesa e dificuldades para construir.»

    Qualquer sucesso que a equipa de Palma de Maiorca possa vir a ter nesta final four passará obrigatoriamente por dois nomes: Neguinho e Ernesto, dois brasileiros que incorporaram o plantel a meio do ano, depois de terem atuado na última edição do campeonato brasileiro. «Elevaram o nível competitivo do Palma desde que chegaram, em janeiro, e estão a ser decisivos em muitos jogos», disse-nos.

    No reverso da medalha, as ausências. Muitas em quantidade e de grande peso em qualidade: «Baixas, infelizmente, há muitas. O Salar Aghapour abandonou o clube há um mês, devido a problemas familiares no Irão. E depois o Tayebi e o Fabinho não vão disputar a final four por lesão.»

    Entre os ausentes, o nome de Hossein Tayebi, ex-Benfica, salta obrigatoriamente à vista. Para além disso, Gabriel Izcue também considerou ser a ausência de maior relevância: «É a [baixa] mais dura. É um jogador que se transforma na Champions e demonstra sempre estar a um nível superior para decidir os jogos», concluiu.

    Com menos qualidade e mais irregularidade do que em 2022/23, certo é que o Palma conseguiu o bilhete dourado para Yerevan. E a partir daqui, caro leitor, há sempre espaço para sonhar.



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